A 2ª Vara Federal Cível do Distrito Federal concedeu a Clarice Herzog, de 83 anos, publicitária e viúva do jornalista Vladimir Herzog, uma pensão vitalícia em razão do assassinato de seu marido pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar, em 1975.
A sentença determina o pagamento mensal de quase R$ 35 mil a Clarice, como forma de reparação pela morte de Herzog, e afirma que o pedido é plausível, considerando o reconhecimento do jornalista como anistiado político e a confirmação de sua execução no relatório da Comissão Nacional da Verdade.
Segundo o juiz Anderson Santos da Silva, o Estado brasileiro é responsável pela violação de direitos e garantias no caso Herzog, que já foi julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.
A decisão ainda deverá passar por julgamento de mérito no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Vladimir foi torturado e morto em uma unidade militar. Os militares forjaram uma narrativa de suicídio, e a foto encenada para sustentar essa versão se tornou um símbolo da repressão daquele período.
Após a morte do marido, Clarice iniciou um movimento para que o assassinato fosse investigado e os responsáveis fossem
responsabilizados.
São Paulo